quinta-feira, 19 de outubro de 2017

JARDIM ZEN NA PAISAGEM CARIOCA

Pois é... No Rio de Janeiro tão vilipendiado e servindo de tubo-de-ensaio para espalhar a violência que mora nas raízes do golpe que nos vitima de norte a sul do Brasil desde o ano passado, nesse Rio de Janeiro com sua população humilhada, sofrida e roubada em seus direitos de trabalhadores, pois é, nele ainda sobra espaço para uma instalação azul. 


Usando como cenário natural o Pão de Acúcar,  o artista norte-americano Daniel Arsham definiu sua mais recente instalação: um jardim zen japonês. Azul, claro. E ele misturou diferentes materiais para chegar ao resultado final que, numa reinterpretação de uma das tradições da cultura japonesa,  sugere o local como refúgio para meditação e contemplação.

Na obra, mescla de madeira, areia, concreto, plantas e artefatos petrificados modernos para substituir a ideia geológica de um lugar desse naipe, que costuma ser erguido com pedras.


 Arte, performance, arquitetura, o Jardim Azul tenta reunir esses conceitos na busca do melhor ângulo diante do Pão de Açúcar. A cidade, cunhada de “maravilhosa” desde o Carnaval de 1904 – quando o elogio apareceu pela primeira vez numa terça-feira, na página 2 do jornal O Paiz, no dia 16 de fevereiro daquele ano – precisa, hoje, muito mais do que um jardim zen!


Mas fica o registro em azul como um sinal benfazejo, quem sabe, de que é possível, pela via da cultura e da arte, que a mítica da Cidade Maravilhosa volte a nos fazer derramar amores por tão lindos recortes de céu, mar e montanhas. Sem vergonhas e com o carioca vivendo livre e com dignidade, não mais mergulhado na sujeira social que transfigurou o belo Rio de Janeiro...


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